quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski

Depois do ensaio metafísico "A Dupla Vida de Verónique", o polonês Krzysztof Kieslowski deixou meio mundo a seus pés com um projeto ambicioso e ao mesmo tempo absolutamente simples. A sua "Trilogia das Cores" surgiu em meados dos anos 90 como um grito quase silencioso de que ainda havia lugar para a poesia, a beleza e a emoção no cinema. Dominada pelo frenético e muitas vezes descartável cinema americano, a década de 90 experimentou um novo modelo que não só reabilitou o cinema europeu mas também provou que o realismo, o drama humano e a sensibilidade do artista ainda podiam falar mais alto do que filmes baseados em orçamentos milionários e toneladas de tecnologias. Inspirada não só nas cores da bandeira da França, mas também nos lemas da Revolução Francesa, a sua trilogia podia ser vista como um ensaio, um reflexo da visão pessoal do cineasta polonês com relação aos processos da unificação européia da época, tanto econômica quanto política. Por isso, deve ser vista na íntegra, e na sequência original, em que, como uma peça em três atos aparentemente distintos mas que se complementam no fim, os três filmes apresentam personagens que protagonizam cada um dos filmes individualmente, mas interagem ao longo da trilogia, até o final arrebatador, em que serão reunidos por conta de uma tragédia com implicações simbólicas e até mesmo como metáfora da situação política da Europa refletida pela ótica do próprio Kieslowski. Diretor de dramas pesados e initimistas, Kieslowiski adotou uma nova filosofia a partir do "Decálogo" no final dos anos 80, e a sua trilogia de cores representa o amadurecimento de seu cinema, a combinação de poesia e sensibilidade e o uso de personagens comuns como símbolos universais. Cada núcleo de história é diferente dos demais, abrangendo os lemas um de cada vez e de forma individualizada. Assim, "A Liberdade é Azul", "A Igualdade é Branca" e "A Fraternidade é Vermelha", mas na visão do maior cineasta polonês desde Polasnki, tudo isso ganha um sentido mais abrangente.

Em "A Liberdade é Azul", o clima predominante é o de tragédia. Bela modelo tenta o suicídio após a morte do marido e da filha num acidente de carro. Frustrada na sua tentativa, ela redescobre um novo sentido para a vida e leva adiante o projeto do marido, que era compositor: um concerto sinfônico comemorativo da unificação da Europa. Vencedor do Leão de Ouro em Veneza, o filme aborda a tragédia pessoal para criar um roteiro envolvente, carregado de implicações existenciais e emoções intensas. O ritmo lento, aparentemente pesado do diretor acentua de tal forma o drama da personagem que o azul predominante na fotografia se torna reflexo da sua tristeza, que beira a depressão, a solidão e a amargura. Permite também à atriz Juliette Binoche uma atuação arrebatadora. A trilha sonora é uma das maiores composições já feitas pelo músico Zbigniew Preisner, habitual colaborador do cineasta.



Em "A Igualdade é Branca", os desígnios do coração movem os desejos de vingança de um humilde polonês que volta à terra natal numa mala de viagem, enriquece e arma um plano sofisticado para se vingar da esposa, que o humilhou em Paris. Mergulhando fundo na alma humana, nos sentimentos de vingança e paixão, o cineasta constrói um conto de fadas às avessas, cínico e até mesmo cruel quando explora os sentimentos mais recônditos do ser humano, frutos do desprezo e da traição que experimentam. Tanto quanto os desejos de vingança do cabeleireiro que se torna milionário graças a métodos ilícitos, a direção sombria de Kieslowski constrói um filme seco, tão árido na emoção quanto as paisagens geladas de Varsóvia, local onde se passa a história. O frio da paisagem e a frieza dos personagens emprestam o tom à fotografia, caracterizando o vazio e o pessimismo, e a noção de que os fins justificam os meios. A igualdade de direitos do cidadão, segundo a visão de Kieslowiski, assume ares sombrios e cínicos.




Em "A Fraternidade é Vermelha", Kieslowiski surpreende já no início do filme, usando de efeitos especiais para mostrar, através dos cabos telefônicos, o trajeto de uma ligação que esbarra num telefone ocupado. É a dificuldade de comunicação entre os seres humanos em nossa época, simbolizada no sinal de ocupado de um telefone, mas também refletido no relacionamento que surge entre uma solitária modelo que vive em Genebra e um juiz aposentado e desiludido que vive recluso em casa, espionando os vizinhos través de escutas telefônicas. Incapazes de estabelecer uma comunicação a princípio, a insistência dela acaba, aos poucos, transformando a visão dele sobre si próprio, a vida e as pessoas à sua volta. A fraternidade, segundo Kieslowski, está no poder que cada ser humano tem de interferir na vida de seu próximo através da co-existência, do sentido de agir ou de não-agir, na cumplicidade do simples ato de existir. O vermelho, mais presente do que o azul e o branco nos filmes anteriores, é a chama capaz de reacender a esperança diante de um novo tempo, simbolizado na cadela grávida e nos personagens que sobrevivem a um naufrágio.
Assim, ao final da trilogia, Kieslowski emenda as pontas soltas de seus dois filmes anteriores, reúne seus personagen em torno de um argumento único e concretiza de forma simpática, otimista e irônica a sua fé no ser humano e na unificação da Europa. Cada um dos filmes se baseia num jogo de interpretações entre um casal - a viúva e o amigo do casal em "Bleu", o marido polonês e a esposa francesa em "Blanc" e a modelo Valentine e o juiz aposentado de "Rouge" -, e no carisma e no talento de três atrizes que estão entre as mais talentosas surgidas nos anos 90: Juliette Binoche, Julie Delpy e Irene Jacob. A luminosidade dessas atrizes, além de toda a beleza que permeia a obra de Kieslowski, é responsável em grande parte pela força arrebatadora de sua trilogia, somada à direção de fotografia e à trilha sonora. A direção inspirada conduz o espectador por um profundo mergulho na alma de seus personagens, um estudo psicológico brilhante, marcado por momentos de rara poesia que somente os grandes diretores conseguem extrair de acontecimentos banais do cotidiano e a partir deles construir um painel sensível e significativo da condição humana. Seja no reencontro à distância do casal ao final de "Blanc", seja no encontro entre Valentine e o juiz vivido por Jean-Louis Trintignant em "Rouge", o resultado é sublime. Parece que Kieslowski percebeu que "Rouge" era o momento maior de sua carreira e talvez acreditando que não poderia superá-lo, decidiu abandonar a direção. A sua morte, pouco tempo depois, em 1996, deixou uma enorme lacuna nas páginas da cinematografia, difícil de ser preenchida.


Texto adaptado do site Cult Movies.

Título Original: Trois Couleurs: Rouge
Direção: Krzysztof Kieslowski
Origem: França
Duração: 99 min
Idioma: Francês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 311 mb
Servidor: Megaupload

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Título Original: Trois Couleurs: Bleu
Direção: Krzysztof Kieslowski
Origem: França
Duração: 97 min
Idioma: Francês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 707 mb
Servidor: Megaupload

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Título Original: Trzy Kolory: Bialy
Direção: Krzysztof Kieslowski
Origem: Polônia
Duração: 89 min
Idioma: Polonês; Francês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 287 mb
Servidor: Megaupload

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O Grande Lebowski (1998)

Sinopse:

Venice, Califórnia. Jeffrey Lebowski (Jeff Bridges) é um desempregado convicto, que vive no ócio e chama a si mesmo de "the Dude". Quando não está sozinho no apartamento, ouvindo canções do Creedence ou usando drogas, está jogando boliche junto com os amigos Walter Sobchak (John Goodman), neurótico por armas, e Donny (Steve Buscemi), um grande jogador que ninguém deixa falar. Um dia alguns desconhecidos invadem o apartamento de Lebowski, cobrando o dinheiro devido por Bunny (Tara Reid), sua suposta esposa. "Dude" tenta desfazer o mal entendido, mas um deles se vinga urinando no tapete. Logo em seguida "Dude" descobre que eles estavam atrás de outro Lebowski (David Huddleston), um milionário. Irritado com o que aconteceu, já que gostava muito do tapete, "Dude" vai até seu homônimo exigir uma compensação. Sem conseguir nada, ele resolve roubar um dos valiosos tapetes da mansão. Tempos depois, Lebowski pede que "Dude" o ajude a entregar a quantia pedida pelo resgate de Bunny. É quando Walter elabora um plano para desmascarar os sequestradores e ainda ficar com o dinheiro.

Curiosidades:

  • O roteiro foi escrito pelos irmãos Coen com Jeff Bridges, John Goodman, Steve Buscemi e Sam Elliott em mente;
  • Charlize Theron esteve cotada para interpretar a personagem Bunny;
  •  As filmagens ocorreram entre 27 de janeiro e 25 de abril de 1997;
  • O personagem de Jeff Bridges foi baseado em Jeff Dowd, que ajudou os irmãos Coen a obter o seguro de distribuição de seu primeiro filme, Gosto de Sangue (1984);
  • Várias das roupas usadas por Jeff Bridges em cena são suas;
  • O diretor John Milius serviu de inspiração para o personagem Walter. Milius é conhecido por sua obsessão por armas e artefatos militares;
  • A banda fictícia Autobahn é uma paródia à banda Kraftwerk, que possui uma música com este nome. Além disto, a arte visual de seu disco é parecida com a de "Man-Machine", do Kraftwerk;
  • Flea, baixista da banda Red Hot Chilli Peppers, faz uma participação como um dos integrantes da banda Autobahn;
  • O roteirista Charlie Kaufman aparece em uma ponta, durante a cena de dança interpretativa, como um integrante do público no teatro. No roteiro de Quero Ser John Malkovich (1999), de autoria de Kaufman, também há uma cena de dança interpretativa;
  • Asia Carrera, a garota que aparece junto aos personagens Bunny Lebowski e o niilista no filme pornô que Maude mostra ao Dude, é uma atriz pornô de verdade;
  • A única vez em que Donny não consegue um strike jogando boliche é um pouco antes de sua briga com os niilistas;
  • A palavra "dude" é dita 161 vezes ao longo do filme;
  • A palavra "fuck" e suas variações são ditas 292 vezes ao longo do filme;
  • O personagem de Jeff Bridges diz "man" 147 vezes ao longo do filme. Trata-se de uma média de 1,5 a cada minuto do longa-metragem;
  • O personagem de Jeff Bridges toma nove drinks White Russian ao longo do filme;
  • Joel Coen e Ethan Coen assinam a edição através do pseudônimo Roderick Jaynes;
  • Seu orçamento foi de US$ 15 milhões.
Informações:

Título Original: The Big Lebowski
Direção: Joel Coen
Origem: EUA; Reino Unido
Duração: 117 min
Idioma: Inglês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho:409 mb
Servidor: Megaupload

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Parte única

Geração Prozac (2001)

Sinopse:

Elizabeth Wurtzel (Christina Ricci) é uma brilhante estudante, que tem planos de estudar Jornalismo na conceituada universidade de Harvard. Entretanto problemas familiares fazem com que Elizabeth entre em profunda depressão, o que coloca seus planos em risco. Aos poucos suas noites de trabalho, sempre regadas a drogas, e sua instabilidade emocional a afastam de Ruby (Michelle Williams), sua melhor amiga, e também de seu namorado. Decidida a procurar ajuda profissional, Elizabeth marca uma consulta com a Dra. Diana Sterling (Anne Heche), que lhe receita o antidepressivo Prozac.


Informações: 

Título Original: 
Prozac Nation
Direção:
 Erik Skjoldbjaerg
Origem: 
EUA | Alemanha
Duração: 99 min
Idioma: Inglês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 308 mb
Servidor: Megaupload


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Parte única

Saló - Os 120 dias de Sodoma (1975)



Uma das obras mais perturbadoras da história do cinema, provoca até hoje a ira em muitos de seus espectadores. Baseado livremente em histórias de Marquês de Sade ("Círculo de Manias", "Círculo da Merda" e "Círculo do Sangue"), passa-se na Itália controlada pelos nazistas, onde quatro libertários fascistas seqüestram 16 jovens e os aprisionam em uma mansão com guardas. A partir daí, eles passam a ser usados como fonte de prazer, masoquismo e morte.

Informações:

Título Original: Salò o le 120 giornate di Sodoma
Direção: Pier Paolo Pasolini
Origem: Itália
Duração: 116 min
Idioma: Italiano
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 365 mb
Servidor: Megaupload

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Sinopse:

Nossa Música (2004)



Sinopse:


Um filme em 3 partes: inferno, purgatório e paraíso. No inferno, imagens da guerra. Aviões, tanques e navios, explosões, execuções, populações em fuga, campos e cidades devastados. Imagens silenciosas, quatro frases, quatro peças musicais. No purgatório, a cidade de Sarajevo contemporânea, martirizada como tantas outras. Personagens reais e imaginários. Uma visita à ponte de Mostar enquanto ela é reconstruída representa a passagem da culpa ao perdão. No paraíso, uma jovem mulher, que vimos no purgatório, encontra paz à beira d'água, em uma pequena praia guardada por fuzileiros navais norte-americanos.


Informações:


Título Original: Notre Musique
Direção: Jean-Luc Godard
Origem: França
Duração: 90 min
Idioma: Francês
Legendas: Português
Formato: avi
Tamanho: 699 mb
Servidor: Megaupload


Links:
Filme
Legenda Pt/Br

ANTIFA - Chasseurs de Skins (2008) - Download (Legenda em Português)


Sinopse: O renascimento do movimento skinhead no início da década de 1980 coincidiu, na Europa, com o crescimento dos partidos de extrema-direita, que se empenhavam em cooptar para suas fileiras jovens da classe operária cuja autoestima havia sido corroída pela crise econômica. Na França, o partido de extrema direita Frente Nacional (Front National - FN), de Jean Marie Le Pen, chegou a obter 20% dos votos, num momento em que a imigração no país atingia o seu auge e os relatos de agressões racistas nas ruas eram diários. Com o lema “a França para os franceses”, os fascistas do FN e de outros grupos ainda mais radicais recrutavam seguidores em cada esquina e 99,9% dos skins franceses acabaram cooptados pela extrema-direita, num processo semelhante ao que vinha também ocorrendo em outros países europeus, como a Inglaterra, onde houve uma adesão em massa de skinheads ao National Front e ao BNP (British National Party).

Ao mesmo tempo em que essas gangues manipuladas pelos partidos de extrema direita estavam na iminência de assumir o controle das ruas de Paris, uma forte cena punk/underground se desenvolvia por toda a França. E foi deste caldo de cultura libertário e multiétnico que pulsava nas ruas e nos squats que surgiram as primeiras gangues de Caçadores de Skinheads, dedicadas não apenas à autodefesa em shows e squats, mas, principalmente, a escorraçar as gangues fascistas das ruas.

É a história desse processo de desfascistização das ruas de Paris que Antifa: Chasseurs de Skins conta, explorando também a pré-história do movimento skinhead na França e as primeiras gangues rockers antirracistas, como os As-nays e os Black Panthers, que na década de 1970 enfrentavam gangues de rockers racistas, e que, por sua vez, inspiraram as gangues de Caçadores de Skins propriamente ditas, como os Ducky Boys, os Red Warriors e os Ruddy Fox. Eram gangues multiétnicas, extremamente combativas e fortes, formadas por professores e/ou campeões de alguma arte marcial (Muay Thai, Full Contact, Kung Fu, etc.), como era o caso dos Ducky Boys e dos Red Warriors.
 
Origem: França
Ano: 2008
Formato: AVI
Áudio: Francês
Legenda: Português

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