Dez anos a mil: mídia e música popular massiva em tempos de internet
Poderíamos continuar pelos mares que seguem mais do mesmo e afirmar o pouco espaço que a música encontra nos cursos de comunicação e nos congressos científicos da área. Essa é uma meia verdade, pois se ainda não somos tão numerosos quanto os estudiosos dos audiovisuais ou se o volume da produção acadêmica não segue o fluxo da produção musical atual, por outro lado, há um burburinho, um barulhinho bom que faz emergirem a todo momento novos pesquisadores na área, que vão se aliando aos que se estabeleceram nos últimos anos.
Para tentar dar conta das diversas angulações e abordagens da música como fenômeno de comunicação, dividimos o livro em duas partes. Como toda divisão, esse corte é um entre tantos possíveis. No fundo de nossos corações musicais, como organizadores, achamos os artigos aqui reunidos de ótima qualidade. Apesar da diversidade, eles compõem um mosaico que é fruto de nossos encontros nas redes virtuais e no mundo físico das bancas, congressos, seminários e encontros – talvez, depois da sala de aula, a parte mais prazerosa da vida dos pesquisadores. Bem, nos nove artigos há discussões sobre as relações entre cenas e mercados musicais, as novas configurações da indústria da música, as transformações do mundo da música, o fenecimento de antigos ícones e o aparecimento de novos, discussões sobre o que é novo (e autêntico) e o que permanece, reflexões sobre práticas de escuta, discussões sobre qualidade musical e sobre o atual papel da crítica musical.
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