Uma homenagem com um sabor salgado e bem peculiar. Um dos maiores discos da história do rock, o antológico The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, recebe uma nova interpretação toda à base da guitarrada paraense, com o carinhoso título de Charque Side of the Moon – em Belém, o charque é a carne bovina salgada preparada para um banquete (em outras regiões conhecida como “Carne-de-sol”) que também denomina, carinhosamente, a genitália feminina.
Luiz Félix, guitarrista e vocalista da banda La Pupuña – e um dos mais fervorosos fãs da banda inglesa – resolveu dar à obra o seu olhar particular sobre o disco de 1973. “A idéia era manter a concepção do disco todo, mas dar a ele um sotaque paraense”, conta o músico, que trabalhou durante 45 dias trancafiado no estúdio do parceiro Fabrício Jomar, co-autor da obra.
Boa vontade, fidelidade e uma forte dose de imaginação foram fundamentais para a homenagem paraense ao clássico inglês. O disco contou com 15 participações especiais e os custos não ultrapassaram R$ 500. Entre as participações estão nomes da nova geração do rock paraense, como a vocalista da banda Madame Saatan, Sammliz, que canta em Money; Pio Lobato e Guilherme (da banda Cravo Carbono) em On the run e Gaby Amarantos – cantora de technobrega que empresta seus gritos a The great gig in the sky. O trabalho reúne também músicos de outros segmentos como Mestre Vieira (Mestres da Guitarrada) e o grupo de carimbó Os Baioaras, que coloca uma percussão pesada em Time.
A miscelânia de estilos musicais, no entanto, não compromete o conceito do álbum e mantém a fidelidade da gravação, como a separação de sons entre os canais, a ordem das músicas e todos os detalhes de The Dark Side… – aqui substituídos por elementos regionais, como a risada de Fafá de Belém em Brain damage, sinos da Basílica de Nazaré (em Time) e “barcos pô pô pô” (em Speak to me).
*Por Marcelo Damaso –
Fonte: http://www.overmundo.com.br/
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